No presente trabalho, propomo-nos analisar a flexão de número dos nomes terminados em ditongo nasal em português europeu à luz da Fonologia Lexical. O nosso estudo pretende discutir o estatuto fonológico do ditongo nasal e da vogal nasal presente nos nomes em português europeu, identificar o processo fonológico responsável pela derivação de ambos e verificar se a pluralização dos nomes terminados em ditongo nasal é um fenómeno regular, apesar da variedade de manifestações de superfície, e previsível a partir das formas teóricas de base. Dado que na flexão de número dos nomes terminados em ditongo nasal em português europeu se regista uma interacção entre processos morfológicos e fonológicos, optámos pelo modelo teórico da Fonologia Lexical.
Concluímos que o processo de nasalização por estabilidade, que opera no pós-léxico, gera o ditongo nasal e a vogal nasal. De acordo com este processo, a nasal subespecificada é desassociada, por não possuir traços articulatórios, dando origem a um autossegmento nasal que é preservado como flutuante, graças ao efeito da estabilidade, um dos princípios da Fonologia Autossegmental, até ser reassociado ao núcleo de onde percola até atingir as vogais que o compõem.
Fonte: Dissertação apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto para obtenção do grau de Mestre em Linguística no âmbito do Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em Linguística. (2009)
Orientador da dissertação:
Prof. Doutor João Veloso.
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/23174/2/tesemestanaferreira000093456.pdf
(Acesso em 24/12/2010)

 
* Flexão de Número dos Nomes Terminados em Ditongo Nasal à luz da Fonologia Lexical. - Ana Silvina de Sousa Ribeiro Ferreira (Universidade do Porto)
(...) A questão que aqui se apresenta, apesar de ser uma reflexão numerosas vezes discutida em sala de aula com os alunos do Departamento de Letras da UERJ, foi sistematizada pela primeira vez na Moderna Gramática Portuguesa do Prof. Evanildo Bechara. Por isto, grande parte deste artigo já está na exposição daquele ilustre acadêmico, mesmo quando não vai entre aspas aqui. Ora, em português, todo substantivo está dotado de gênero, que se distribui entre os masculinos e os femininos.

Fonte: Letras em foco. Anais da II Semana de Letras e da VI Semana de Lingüística e Filologia. Tomo I: Língua, Lingüística e Filologia. São Gonçalo: DEL(UERJ) / CiFEFiL, 2000, p. 9-27.
(Acesso em 24/12/2010)

O gênero gramatical é uma categoria nominal extremamente particular e complexa, responsável pela divisão, na língua portuguesa, dos nomes em masculinos e femininos. Partindo de um estudo maior, que busca averiguar como se dá o ensino do gênero no ensino fundamental, o presente trabalho pretende verificar os conceitos de gênero que os alunos possuem. A amostra da pesquisa conta com um total de dezesseis alunos – quatro de cada série investigada (2a, 4a, 6a e 8a séries) – oriundos de duas escolas públicas do município de Maringá/PR, aos quais foram aplicadas provas distintas e entrevistas individuais, a fim de analisar como o conceito de gênero gramatical vem sendo compreendido nessas séries. Os resultados obtidos revelam que em todas as séries há predominância, por parte dos alunos, do uso do conceito semântico em detrimento do gramatical. Este desempenho sugere a existência de confusão conceitual gênero/sexo neste grau de ensino.
Palavras-chaves: educação; categoria de gênero; conceitos.

Fonte: Revista Linguagem & Ensino,v.10,n.1,p.141-162,jan-jun/2007.
http://rle.ucpel.tche.br/php/edicoes/v10n1/05Fabiana.pdf
(Acesso em 24/12/2010)
 

* A predominância do conceito semântico nas definições de gênero de alunos do ensino fundamental. - Fabiana Poças Biondo; Edson Carlos ROMUALDO; Geiva Carolina Calsa (Universidade Estadual de Maringá)
(...) Os substantivos servem para designar uma vasta e variada série de noções concebidas pelo intelecto humano, cuja sistematização não compete à gramática. Do ponto de vista gramatical, tradicionalmente se consideram relevantes distinções como concreto x abstrato, próprio x comum, animado x inanimado. Na subclasse dos substantivos animados é comum encontrarmos pares como homem/mulher, gato/gata, carneiro/ovelha, rei/rainha, que nossa tradição escolar transformou na razão por excelência da análise gramatical do gênero.
A verdade, porém, é que todo e qualquer substantivo pertence a um gênero, e não apenas os que denotam seres animados. O excesso de importância tradicionalmente concedida a essa subclasse se explica pela confusão que se fez entre gênero – que é uma categoria gramatical – e a noção bioló gica, portanto extralingüística, de sexo. Este equívoco já estava resolvido desde os trabalhos pioneiros de Manuel Said Ali (1861; 1953), mas ainda resta uma certa confusão em obras recentes destinadas ao ensino médio.

Fonte: Anais do II CLUERJ-SG; Volume Único; Ano 2; n.º 01; 2005.
É comum identificar-se o início do «Português Moderno» ou «Português Clássico» com meados do século XVI, mais frequentemente com 1536, data da publicação da Gramática de Fernão de Oliveira, já que « parece confortavelmente seguro promover a primeira gramática portuguesa a primeiro testemunho da língua na sua fase clássica» (Castro, 1991:243).
Com efeito, é neste período que a língua portuguesa começa a adquirir a sua feição actual. Se bem que haja já superação de alguns aspectos mais arcaizantes1 a verdade é que – relativamente ao género – se está ainda um pouco num período de transição. É frequente, aliás, encontrarmos neste século, tal como em Português antigo, algumas hesitações de género («cortandolhe as pernas lançouas a huma lebre [...] porque ho lebre[...]», J. Ferreira de Vasconcelos cap.18, 104), adjectivos hoje uniformes como biformes, por exemplo, «ruda forca» (Camões, Os Lusiadas, II, 65), etc.
De qualquer modo, a partir deste período começa a haver uma maior proximidade, em relação ao Português actual, no que se refere também ao género, embora a fixação definitiva seja, em muitos casos, posterior a esse século.

Fonte: In: Estudos em homenagem ao Professor Doutor Mário Vilela; 527 - 544; Porto: FLUP.
(Acesso em 24/12/2010)

* A categoria gramatical de género do português antigo ao português actual. - Maria Carmen de Frias e Gouveia (Universidade de Coimbra / C.E.L.G.A.)
Neste sucinto trabalho, não teríamos a pretensão de uma discussão mais exaustiva dos temas abordados (pela proposta da monografia em si), mas tão somente tecer algumas considerações sobre o gênero nos substantivos da L.P., culminando na afirmativa da inexistência de flexão nos mesmos, tema este que, não obstante numerosas discussões, só recentemente foi sistematizado, na Moderna Gramática Portuguesa do ilustre acadêmico, Prof. Evanildo Bechara.

Fonte: Revista Philologus, Ano 6; n° 16; p. 26-36.
“Quando é preciso especificar o sexo do animal, ajuntamos ao seu nome promiscuo, debaixo do mesmo artigo, o adjetivo explicativo macho e fêmea, dizendo: o elephante macho, o elefante femea, a onça macha, a onça femea, etc.”. (BARBOSA, 1881, p.88).
Jerônimo Soares Barbosa não incorre no equívoco em que veio a incorrer a gramática tradicional, que, nos casos mencionados na citação acima, fala em distinção de gênero. Na realidade, os nomes ou são masculinos ou femininos, os termos macho ou fêmea lhes são acrescentados para distinção de sexo. Para isso veio a alertar Mattoso Camara Jr.

Fonte: Artigos/ensaios disponibilizados na página de Hilma Ranauro.
Este artigo pretende apresentar uma discussão sobre a categoria de gênero com base na análise de exemplos do Português do Brasil (PB) no âmbito da língua comum e da linguagem de especialidade. Os casos de ‘meninada’ e ‘molecada’, da língua comum, e ‘a cultivar’, pertencente à terminologia das ciências agrárias, serão enfocados com base em uma teorização prévia sobre a categoria de gênero em diversas línguas e, especificamente, no PB. Serão considerados, também, aspectos que se relacionam à Lexicografia.
Palavras-chaves: gênero, português do Brasil, terminologia, Lexicografia.

Fonte: R e v i s t a  P r o l í n g u a; Volume 2; Número 2; p. 24-37; Jul/Dez de 2009.
O objetivo deste trabalho é investigar a base conceitual que professores do Ensino Fundamental possuem sobre a categoria nominal de gênero. Para tanto, a partir de estudos sobre a categoria de gênero e a compreensão conceitual, analisamos as verbalizações a respeito do tema, coletadas por meio de entrevistas, de um total de oito professores de duas turmas das 2a, 4a, 6a e 8a séries, atuantes em uma escola pública da cidade de Maringá-PR. Os resultados demonstram que, de modo geral, os entrevistados, embora apresentem a relação da categoria com “masculino e feminino” e com os “substantivos”, quando são solicitados a definir gênero gramatical, confundem-se e mostram-se bastante inseguros. Além disso, para a diferenciação do gênero masculino e feminino, encontramos a variação do uso de apenas um até três critérios, quais sejam: o sexo; a terminação (flexão/derivação) e o artigo (concordância). Os resultados mostram, ainda, que a maioria dos professores tem domínio da nomenclatura referente à categoria de gênero nominal, no entanto, alguns deles não conseguem justificar a relação e os limites que separam dois dos conceitos básicos que envolvem o trabalho com o tema: o gênero gramatical e o sexo dos seres.
Palavras-Chave: Gênero gramatical. Compreensão conceitual. Professores.

Fonte: Revista Línguas & Letras; Vol. 11; No 20; 1º Semestre de 2010.
(Acesso em 24/12/2010)


* A compreensão do gênero gramatical por professores do ensino fundamental: imprecisão conceitual. - Edson Carlos Romualdo (Doutor em Letras pela UNESP – docente da graduação e da pós-graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM); Fabiana Poças Biondo (Mestra em Letras pela UEM e docente da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul)
(...) O nome próprio, na condição de signo lingüístico, deve merecer o mesmo cuidado dispensado às demais unidades lingüísticas, especialmente no contexto literário. Conceituado como elemento de individuação, o nome próprio designa um único objeto identificado num ato de fala. É a marca lingüística pela qual a sociedade toma conhecimento do indivíduo. Tal função designativa aponta-o como elemento estritamente denotativo, característica esta que lhe é peculiar, no dizer de John Stuart Mill, segundo o qual somente os nomes comuns, além da denotação, podem conotar certos atributos e certas formas externas, o que os coloca em franca oposição aos nomes próprios.

Fonte: Cadernos do CNLF, Série IV, nº 07; 2000.
(Acesso em 24/12/2010)

* Os Antropônimos em Machado de Assis: uma leitura morfossintática. - Tânia Maria Nunes de Lima Câmara (UNAM)
Este artigo enfoca usos de antropônimos (nome próprio, apelido e pseudônimo) como elementos coesivos. Neste breve estudo, alguns usos de antropônimos utilizados em textos jornalísticos são analisados sob o ponto de vista onomástico, enfatizando-se os valores culturais, sociais e históricos desses usos. Os dados apresentados são resultados parciais de uma pesquisa mais ampla cujo objetivo é analisar textual e retoricamente os mecanismos de coesão lexical utilizados numa amostra de textos jornalísticos vinculados por três revistas brasileiras (Isto é, Época e Veja) durante o segundo semestre de 2008.
Palavras-chave: Semântica. Onomástica. Linguística Textual.

Fonte: Revista Fórum Linguístico; Vol. 5; Nº (2); p. 23-35, Florianópolis; jul-dez; 2008.
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/viewPDFInterstitial/11216/11029
(Acesso em 24/12/2010)

* Usos de Antropônimos como elementos coesivos. - Márcia Sipavicius Seide (Universidade Estadual do Oeste do Paraná)
Nesta comunicação, não pretendemos dar a última palavra sobre os grandes debates teóricos acerca do termo topônimo e de seu hiperônimo, nome próprio. Outrossim, tentaremos revisar parte do que se tem discutido e promover uma aproximação do sentido atual desses termos. Em determinado momento, exporemos um conceito apriorístico de topônimo, com base no qual analisaremos outras questões sobre esse termo e, ao final, elencaremos uma lista de traços que o caracterizam.

Fonte: Comunicação ministrada no XII Congresso Nacional de Estudos Filológicos e Lingüísticos - CIFEFIL, no Instituto de Letras da UERJ.

http://www.filologia.org.br/xiicnlf/textos_completos/Em%20busca%20de%20uma%20caracteriza%C3%A7%C3%A3o%20geral%20do%20top%C3%B4nimo%20-%20RICARDO.pdf
(Acesso em 24/12/2010)

* Em busca de uma caracterização geral do topônimo. - Ricardo Tupiniquim Ramos (UCSal, UFBA, UNEB)
É do saber geral que a língua é o principal revelador da cultura e da história de qualquer grupo humano constituído socialmente. E o acervo lexical, como parte significativa da língua, tem sido abordado por diversos pesquisadores, que intentam evidenciar traços, marcas que caracterizem ou revelem matizes sócio-culturais de determinadas comunidades. A Toponímia, ou Toponomástica, é uma das sub-áreas da Onomástica responsável pelo estudo etimológico e semântico dos nomes próprios de lugares (acidentes geográficos físicos e humanos). Dado o alcance interdisciplinar inerente ao seu objeto de estudo – o topônimo – as pesquisas toponímicas (ainda em pequeno número no Brasil) têm adquirido grande valorização entre os ramos científicos, principalmente, os de caráter lingüístico. Os topônimos, como unidades terminológicas que são, comportam em seu bojo características que refletem a cosmovisão de uma sociedade: evidenciam necessidades, revelam interesses, refletem aspectos linguo-culturais, muitas vezes desaparecidos ou desconhecidos pelos membros sociais: trata-se de uma simbiose entre língua e cultura, que desemboca, exatamente, no conhecimento dos fatos revelados por esses signos onomásticos.

Fonte: Guardadas algumas diferenças estruturais e conteudísticas, originalmente o presente artigo foi apresentado em palestra realizada na Universidade Federal do Acre, como parte das atividades que integraram a II Jornada Nacional de Lingüística e Filologia da Língua Portuguesa (2008) – Evento promovido pelo CiFEFiL/UFAC. (Observação do autor)
http://www.palpitar.com.br/download.php?file=COMO_APLICAR_A_TOPON%C3MIA_EM_SALA_DE_AULA.pdf
(Acesso em 24/12/2010)

* Como aplicar a toponímia em sala de aula. - Alexandre Melo de Sousa (Doutor em Lingüística. Professor de Língua Portuguesa e Lingüística da Universidade Federal do Acre/UFAC).