Temos por objetivo fazer uma leitura de Esaú e Jacó, de Machado de Assis, procurando estabelecer uma relação intertextual com a série literária e com a série social. De antemão, sabemos que esta relação não acontece de forma imitativa, mas parodística.
    A paródia é uma forma dialética de comunicação entre o texto literário e o(s) “texto(s)” extraliterário(s) em que o discernimento crítico se faz presente. A intertextualidade acontece na medida em que perturba o sentido do texto primeiro, seja literário ou não, fazendo com que o clichê seja transformado.
    Machado de Assis pontilha toda a intriga de Esaú e Jacó com os dados do cotidiano, não levados em conta pela historiografia oficial. Dentro desta concepção, que é da “Nouvelle Histoire”, não existem fatos históricos fora de um contexto infinito de intrigas. E o romancista, neste momento, confunde-se com o historiador, ao valorizar o homem, enquanto ser problemático, em sua singularidade, na coletividade.

Disponível em Letras em foco. Anais da II Semana de Letras e da VI Semana de Lingüística e Filologia. Tomo II: Literatura. São Gonçalo: DEL(UERJ) / CiFEFiL, 2000.
Link: http://www.filologia.org.br/pub_outras/sliit02/sliit02_65-74.html
(Acesso em 14/04/2011)
(...) O amor cortês, como bem afirma Natália Correia, “insere-se num complexo ideológico que determina a Renascença e a Reforma, surgindo como a síntese encontrada pelo homem pré-renascentista para se furtar a um poder desfigurante de sua individualidade.” (CORREIA, 1978, P. 24) Isto porque a divisão em corpo e alma impossibilita ao ser atingir a sua síntese, a plenitude de sua identificação, tornando-o mais suscetível de pressões externas. Uma vez reintegrada essa plenitude, “vive em regime de androginato, de unificação, e não teme enfrentar a autoridade paterna do deus, assim como o estatuto terreno que a reflete”.(CORREIA, 1978, P.24) Por tudo isso, deve-se reconhecer que o amor trovadoresco não promove um ajuste entre a realidade e o conceito de amor. De certa forma, porém, torna-se um conceito que busca operar sobre essa realidade, transformando-a sobretudo a partir da valorização do princípio feminino, da posição de destaque que confere à mulher. Na verdade, a submissa posição feminina converte-se em fonte de inspiração do amor capaz de reintegrar a personalidade do homem perante a autoridade que o descaracteriza. Daí o caráter revolucionário do amor cortês, uma “invenção” que surgiu e desapareceu durante a idade média, mas cujos ecos podemos perceber em toda a literatura posterior, até os nossos dias.

Letras em foco. Anais da II Semana de Letras e da VI Semana de Lingüística e Filologia. Tomo II: Literatura. São Gonçalo: DEL(UERJ) / CiFEFiL, 2000.

Link: http://www.filologia.org.br/pub_outras/sliit02/sliit02_93-98.html
(Acesso em 14/04/2011)
Este ensaio tenta provar que a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, ao privilegiar a natureza tropical como metáfora da representação nacional, além de se inserir no tradicional projeto de edenização da natureza local, por si só acabou construindo uma tradição própria dentro das letras brasileiras.

Disponível em Revista Letras (UFPR), Volume 60, 2003.
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras/article/view/2859/2341
(Acesso em 17/09/2010)


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O poema e a metáfora. (Wilton José Marques) - Wilton José Marques (Pós-doutorando IEL/Unicamp)

(...) O gênero, como categoria nominal, pode seguir diversos critérios de classificação, de acordo com a língua que o organiza. Câmara Jr. registra, como exemplo, a língua malaia, que distribui o seu léxico, segundo o gênero, na classe dos seres humanos, na dos bichos de cauda, na dos frutos (que inclui os navios, as ilhas e os lagos), na dos grãos com todos os objetos redondos, etc.[2] O fato de os navios, entre outras palavras, estarem incluídos na classe dos "frutos" mostra a precariedade que pode estar presente nos critérios de distribuição das palavras de uma língua em classes mórficas.

Fonte:
Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades (UNIGRANRIO); Vol. II, Nº VI; Jul-Set/2003.
(Acesso em 24/12/2010)

* O gênero do português e suas relações morfo-semânticas. - Prof. Mauro José Rocha do Nascimento (UNIGRANRIO)