Para se ter uma visão mais completa do ofício enquanto gênero textual, isto é, como uma das materializações do discurso institucional e como uma ação retórica  tipificada (Miller, 1984) é preciso que se proceda a uma análise do contexto de sua produção e recepção. Na vida da burocracia institucional, a utilização do discurso é marcada, e mesmo determinada, pelas restrições e relações de força que ali se realizam; daí serem a linguagem e os gêneros administrativos tão regrados e padronizados, tendo a sua escrituração regulada através de normas, manuais oficiais e guias específicos. O ofício é um dos componentes das grandes teias de poderes e ações burocráticas existentes nas instituições públicas e, por extensão, nas organizações privadas. Nessa perspectiva, e utilizando-se, de forma adaptada, alguns construtos da crítica retórica, esta comunicação apresentará um estudo em que foram analisadas as condições de produção dos 48 ofícios do corpus estudado, através da apreciação de quatro elementos fundamentais que têm influência considerável nas interações que se realizam no contexto em estudo. São eles: a exigência (o problema ou questão à qual o texto se  relaciona), a audiência (a pessoa real ou institucional a quem se dirige o orador ou locutor), o gênero (o tipo de texto apropriado para a ocasião) e a credibilidade do orador (a posição social do orador em relação à audiência buscada).

Fonte: 4.o Siget - Simpósio Internacional de Gêneros Texuais, 2007, Tubarão. Anais Proceedings do 4.o Siget. Tubarão - SC : Maxprint, 2007. v. Único. p. 1451-1460.
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/89.pdf
* Análise crítica e sócio-retórica dos elementos enunciativos do ofício: Gênero Textual da correspondência oficial. - Maria Inez Matoso Silveira (Universidade Federal de Alagoas)

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